bipolar

24 April 2006

umas palavrinhas alinhadas no dia do livro

As palavras são das coisas mais bonitas que há pela facilidade com que nos transportam e pela maneira como conseguem guiar-nos pela mão até territórios onde não iremos, mas que ficam a fazer parte do território conhecido e traduzidas sempre por imagens nossas que guardamos na gaveta das memórias inventadas.
Toda a vida juntei livros e desde sempre que neles viajei á procura de um que me contasse.Fui encontrando vários pelos caminho.esses guardei na estante dos favoritos e volto a eles uma e outra vez quando o mundo ganha um tom tristonho ou fica cinzento demais.
Um livro é uma canção cantada baixinho e que nos fala à alma e enche a casa de amigos e enredos que não sendo os nossos passam a viver connosco e nos ensinam com um ritmo que encanta cada um de forma especial.
"Rosinha,minha canoa";"O meu pé de Laranja-Lima" são exemplos destas cantigas que não cansam e que ensinam o coração.
As palavras conseguem mostrar como somos por dentro, em jeito de espelho de aumento, para quem tiver a paciência e ternura suficientes.
E ler ajuda a crescer sem que se note nas roupas, alarga a alma que é onde podemos ser maiores.











rua do Porto em pic da casa com rio e tudo.

18 April 2006

vita brevis

Há alturas em que nos lembramos que não vamos durar sempre ou pior: alturas em que percebemos que o amor ou alegria não esticam a longevidade.
Cada um tem um tempo de viagem neste carrocel e ninguém sabe quando vai soar o fim da corrida.Por isso devia ser lei aproveitar cada segundo.E não deixar nada por dizer.
"Morrem cedo os que os deuses amam" mas perdura intensamente a luz da estrelinha que carregam e que muda de geografia mas não morre, não se extingue enquanto inspirar e viver em corações alheios.
Fica a terra, o mar ou o céu a falar daquele olhar que não vamos encontrar cá por baixo tão cedo e a saudade dói como queimadura interna.
A vida é um intervalo na eternidade que é onde pertencemos e à qual voltamos no final do passeio.
O relógio não mede a eternidade.A saudade carrega sempre o receio de advérbios grandes como o "nunca",mas tem o seu contraponto na esperança de reencontros.
O céu ganha um par de asas quando parte alguém bom.

Estas são as minhas que sempre me amparam quando o chão falha, quando a alma fica desnorteada,ou receosa que é outra forma de estar perdido, de não saber o caminho,pois as asas lembram na pele a promessa de não cair.

08 April 2006

vontade de ir a Marte...nunca te dá?!texto antigo com pic recente

no caderno de ana de há uns tempos:
Se houvesse uma viagem para Marte, baratinha ou até grátis, porque experimental, eu ia…Gosto muito do planeta Terra, de Portugal, da minha terra e da minha casa em particular, mas ia. Ia para ter umas feriazitas, passear e ver coisas diferentes e para ter novidades novidades ao voltar. Das grandes, com muitas imagens, que espantasse toda a gente.
De longe a Terra é linda, de longe a humanidade é uma bela criação.
Mas está tão mal educadinha esta gente!!!!Exemplos vários de humanos mauzinhos, indelicados, sem maneiras, com má vontade, ou simplesmente descontentes, revoltados com falta de mimos e novas paisagens……
“Viagens rápidas a Marte” podia ser a solução.
Muito entusiasmo na partida. Para o desconhecido.
Muito entusiasmo na Viagem: Hiper- rápida a quebrar records de som, velocidade e o mais…
Muito entusiasmo na estadia. A recolher informações e souvenirs
Muito entusiasmo no regresso. O reencontro. Porque a saudade, se bem ministrada, faz crescer o amor, ou a consciência dele.
Um bom soninho pode transportar-nos para longe.
Hoje é sábado e isso é bom.
Aguento mais um dia neste planeta, e mais um e mais um….

02 April 2006

o olhar que cria jardins

Quando te conheci vestia Duffelcoat laranja,tinha a alma num turbilhão de cores garridas e tu suavizaste o meu arco-irís com o rosa do teu carinho e o castanho esverdeado dos teus olhos.E como há olhares que fazem beleza, fiquei mais bonita desde esse dia.Tal como pigmaleão,imaginaste em mim, antes de haver e deste forma ao sonho como escultor que na pedra descobre a estatueta.E criar é trazer futuro para o presente, e oferecer tal visão de prenda na forma verde de ideia ou esperança.
De mil flores o teu olhar viu uma, criou uma no acto de ver, quando olhou fez nascer.
a minha alma floriu contigo e os frutos são abraços e beijos e prosa que não lês mas que são poemas porque são escritos para ti.