bipolar

21 July 2005

Férias II

Eu nunca disse que era normal, nem a normalidade tem de ser a fasquia ou meta.
Assim há temas que para uns são calientes, deixando outros mornos, ou frios até.
As Férias.
É a este bem dito período sem trabalho e horário a cumprir, que me refiro. É assim um pouco como o actual tema do Euromilhões, cada qual tem a sua ideia.
A mim as Férias deixam-me os nervos em franja!!!O antes, o durante e o depois. É um desajuste de sentimentos, um curto-círcuito nas ligações, que me faz trocar tudo.
Antes de ir, devia estar em pulgas para partir, a ver mapas e destino e porém, não me apetece!!!
Deixem-me estar, vão indo que eu vou lá ter , apetece-me dizer!!!!
Durante a estadia em tourné veraneante devia entusiasmar-me, alegrar-me com a paisagem, mas demoro a sentir-me em casa e só estou bem onde não estou e tenho pressa de chegar, receio da estrada e pouco dinheiro para bilhetes de avião
Depois devia ter pena de voltar, mas gosto de voltar à base e ressabio com os sítios onde poderia ter ido!!
Eu própria perco a pachorra e paciência comigo ,às vezes!!!

coisas que o terrorismo me faz

Faz-me arrepios pensar no medo sentido lá.
Faz-me raiva nunca se castigar quem faz isto
Faz-me perder a vontade de ir a cidades de que gosto muito
faz-me tremer ao ver a excitação de medo que se apodera das pessoas
Faz-me ganhar receios que há 10 anos eram tontos
Faz-me sentir indefesa
Faz-me mal
Faz-me tristeza
Consegue fazer-me chorar
Porque o medo faz soltar as minhas lágrimas num ai.
O efeito do terror é o de tornar o mundo um sítio cheio de lugares a evitar, cidades atacadas, a recomporem-se da ferida aberta. Não é nada turistico!!
Estamos em tempo de férias, claro que apetece sair daqui, mas a escolha do destino de veraneio afigura-se difícil!!!

13 July 2005

palavras

Dantes havia cadernos.Diários;cadernos de notas; folhas que arrancavamos e poucas se guardavam no final. Agora podemos fugir para a brancura de um post virgem, sem usar suporte material, sem gastar lápis ou caneta...
Mas é bem mais permanente o que aqui fica...
é bem maior este cantinho de murmúrios...
Cada frase é uma marca de nós...que convida a visitas ou afasta visitantes
Este espacinho é uma varanda para o mar das letras e das virtualidades,
Quando me desagrada o real, em atitudes, palavras ou silêncios dou aqui um pulo.
Gosto das palavras, dos mundos que tem as frases por alicerce.
O meu coração pula quando descobre um contador...
Perante tanta frase feita, tanta escrita sem graça, tanta conversa banal a inteligência do discurso brilha como um diamante. É sexy.

03 July 2005

balanços e oscilações

Já não vinha aqui há um tempo por causa de mil outras tarefas...agora cumpridas. Nestes entretantos vários episódios mereceram a minha acérrima reacção e cheguei a programar usar este blog como meio de expressão dessas fúrias e arrelias do dia à dia. Mas não tive tempo para cumprir tal programa e as fúrias foram passando ao de leve, sem grande alarde.
Aqui fica um exemplo de como ficar enfurecido em menos de três minutos ou desapontado, que é fúria fria, arrefecida e sem ais.
Atrasada para o último tempo da tarde, corro para a sala de fumadores e peço um cigarro. "Desculpa, mas tenho poucos..." Repito a pergunto ao estagiário presente: "Só tenho dois!". Não cheguei a perceber se aprendia depressa ou se já vinha assim formatado!!!
Será da crise ou a indelicadeza tomou conta do social????
E notem: eu não sou crava por sistema!!!!
Depois há episódios que são sujeitos a sigílo ....
por agora, era isto

sindrome da verdade

Desde cedo que gosto de histórias, de leitura e escrita e da língua portuguesa. Esta última é um código lindo, capaz de mil jogos e brincadeiras. Ritmos e estilos de escrita é algo que me faz bailar sentada. Os leitores percebem bem a última frase. A imaginação voa com as palavras; a cada ritmo de escrita corresponde um destino. O mundo de Saramago e de Lobo Antunes distinguem-se no final da primeira frase. E a escrita tem esse encanto: cria realidades, personalidades, mundos....
Há bloggers que dão entrevistas, os que publicaram os livrinhos, fazendo cair a máscara do anonimato ou do nick.
Ouvi numa entrevista a frase " sou mesmo eu" e fiquei a pensar no quanto de verdade e mentira que iam juntos de tais palavras:
não acredito que exista confessionalismo crú em forma de blog
editar ou publicar faz disparar um mecanismo de auto-censura, filtro que alinda, depura, selecciona.E ainda bem. Nesse processo há grande variedade de bloggers desde o incauto ingénuo até ao verdadeiro "escriba" com arte no uso da Língua Portuguesa.