bipolar

15 February 2006

textinho de um caderninho da ana(continua o livro)

Fiquei danada, pior que barata, gato eriçado, cão raivoso de açaime quando reparei que tinhas ido, que te tinha deixado ir. Não te chamei, não insisti, não me convenceste, não te convenceste e cada qual foi à sua vidinha porque na altura não dava jeito, porque não era altura. Na lógica do agora ou nunca; ou por mim ou contra mim não ficou nem espaço para número de telefone na agenda, também não havia muito mais a comunicar. Estava tudo não dito, não havia lugar para aquele enredo, não aceitaste o papel, naquele tempo não cabia aquela peça. Ainda houve uns ensaios, em locais fora de portas e a desoras. A banda sonora ficou decidida por unanimidade e festejámos o momento como quem chega à lua.
E conseguimos o feito de ser ambos o mau da fita, ao mesmo tempo, em reciprocidade até aí.
Agora estou bem, queria até que soubesses
Mas como quem morre ao sol, foi um deserto, com a água a formar lago cá dentro.
Grandes expectativas impediram-nos de cumprir o possível. Reparaste como foi rápido e o que durou afinal?
Às vezes dá-me vontade de chorar, não de infelicidade, pois tenho a bênção da alegria, mas de saudade. Vejo-te tantas vezes por dentro, formando um espelho de lágrimas que te reflectem com cara de malandro, moreno.
Sabes que acontece a quem vê alguém sair 1º? Enche-se de dúvidas de como teria sido e naquele impasse faz finca-pé e demora-se eternidades. Faz promessas e juras nem sempre cumpridas a horas mas que dão meta e norma a chão escorregadio. Fala como se mandasse na memória e corre, corre para não se encontrar com a tristeza e em compulsão de criar novas memórias. Mas a mais pura diversão “pode ser um stress” porque estás por todo o lado e os outros ficam feios à tua beira, na tua ausência fica tudo mais descolorado, muito mundo levaste contigo. E pensar que tinha acreditado que eras para a minha vida como o "colon" capaz de manter vivas as cores e fazer durar a peça em agrado e estima.Pena que não haja Associação de Defesa dos Amantes Iludidos, ou aí pedíria onerosa indenmização por danos na alma, mas a publicidade engana incautos corações com estampas e palavras que soam a soneto.Foste publicidade enganosa,agora já me passou parte da ira,mas ainda me apanho a cantarolar o teu "jingle" e leio mil vezes o bilhete em portunhol:

Por agora estoy Liberto

pero me quiero quedar cativo

8 Comments:

At 11:41 AM, Blogger ricardo said...

:D

 
At 12:54 PM, Blogger digoeu said...

não podias ser mais sucinto!foi da música?
;)

 
At 1:46 AM, Blogger Pétala said...

É realmente graciosa a tua musiquinha!!

Beijo para ti

 
At 3:20 AM, Blogger digoeu said...

ainda que que agradou.
vi no blog do gnm
http://extranumerario.blogspot.com/
o link não ficou direito na barra lateral, tal como o teu!
logo dou um jeito!
;)

 
At 2:34 PM, Blogger Pétala said...

Eu realmente pensei no Sérgio Godinho ao escrever aquele título... A música é bem bonita!

Ai, Ana!! É só desilusão.... és tu e eu....

Beijo pa ti, digoeu

 
At 6:59 PM, Blogger digoeu said...

fico contente blue moon!
pétala,obrigada pela visita.
;)

 
At 3:40 PM, Blogger GNM said...

Está bem giro o texto!

Fica bem e passa um excelente Domingo...

 
At 4:01 PM, Blogger digoeu said...

obrigada,gnm,por gostares.
;)

 

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