do caderninho da Ana
Numa folha isolada do velho caderninho ana relia umas palavrinhas com título:
Medos
O medo faz frio dentro, incomoda, faz tremer.
Há dias que tenho muitos;Há dias que quase não tenho medo.
O contrário de medo é confiar:É fechar os olhos e deixar-se ir,
Jogar-se para trás sem hesitar.
Há dias que temo que chova
Há dias que temo que o sol lhe fira a pele
Há dias que faz vento e lembro-me da minha mãe que treme ao ouvir ventar
Há dias em em que me apetece assistir à trovoada, gosto dos relâmpagos, mas o barulho dos trovões assusta-me.
em caso de muito medo,recorro à StªBárbara
Gosto do mar, de mergulhar, do levante e dos carneirinhos
Mas o barulho forte do mar picado faz-me algum receio
nunca viro as costas às ondas
E à praia à noite nunca iria sozinha
Há alturas em que brinquei aos medos
Experimentava e vencia medos pequeninos
Também já vivi semanas temerosas,
A ansiedade incerta, que não tem porquê mas persiste.
Porém o medo é má companhia e péssimo amigo.
É muito velho do Restelo, sempre faz as contas pelo baixo,fraco,pior
O medo é hiper-consciência paranóica, assustar-se quando ainda o carro não saiu do estacionamento;Vestir a gabardine porque anunciaram chuviscos para daqui a 3 dias.
De todos os medos, que experimentados em doses pequenas não têm mal algum:
De alturas, espaços fechados, abertos, aranhas, ratos, do escuro…o medo que eu temo é o medo do medo.
Já brinquei com o medo e o medo já brincou comigo o bastante. Cada um tem o seu espaço, a pulso definido. Vou tendo medos, pequenos medos, medos médios, os grandes resolvo em pesadelos a dormir, ou espanto-os em historietas.
O contrário do medo é confiança. Confiar é um caminho íngreme que se tem que fazer passinho a passinho, a grande arma contra o medo é um forte abraço, mesmo um abracinho já surte efeitos! O medo evapora-se com tal calor.
9 Comments:
Olá, obrigado pela passagem pelo MSBlog.
O 1º teste para o Campeonato Nacional de Língua Portuguesa saíu no dia 1 de Fevereiro no Jornal de Letras e no dia 4 no jornal Expresso (pelo que eu sei). Não sei como poderás agora adquirir o teste, de qualquer maneira só tens até ao dia 20 de Fev. para participar.
Beijinhos.
obrigada,scelta pela simpatia da visita com a preciosa informação
era mesmo por desporto!
;)
já consegui comprar!
obrigada.
só existe em papel!
;)
"Há dias que tenho muitos;Há dias que quase não tenho medo."
...parece que me tiraste as palavras da boca...
bjocas!
sabe quando quando nos dizem!
;)
digoeu... adorei o teu post!! Cativou-me de tal maneira...
Também me fez lembrar uma história que dei na primária sobre uma menina que começou a ter medo de tudo! Os seus medos foram aumentando, a cada acção do dia ela arranjava motivos para mais um medo e chegou ao ponto de não sair mais da cama. Claro que acabou bem... depois a mãe terá tido uma conversinha com ela, e tal... Mas foi história que me marcou, apesar de eu não ser nada medrosa. Se isso é bom ou é mau, ainda não sei!
Beijo grande
pétala, ainda bem que te agradou.
e "cativou" esse belo verbo de Exupéry que fala de laços que não prendem nem apertam.
;)
beijocas
Olá minha querida ... obrigada pelo convite que deixaste lá na casquinha para aqui passar e ver este teu magnífico post sobre uma temática que acho que pode significar a diferença entre o tudo e o quase nada ... é isso é importante brincar aos medos, e começar pelos pequeninos, pois a única forma de os enfrentar é começar por perceber que eles nunca pdoem ser mais fortes do que nós ... falar deles é tirá-los de dentro de nós, e, aos expusá-los para fora conseguimos dar-lhes uma forma.
Muito obrigada pela partilha.
Foi muito bom ter-te descoberto por estes caminhos.
Fica uma beijoquinha encaracolada :)
PS. e agora vou ali copiar umas letras de verificação e venho já ... parece-me que estas não são das difíceis !!!! ;)
caracolinha, um rasto de simpatia fica quando apareces na caixa de comentários!
ruborizo!
as letrinhas é conforme a sorte do "freguês", entretenho-me a descobrir palavras escondidas no emaranhado que aparece!!
;)
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